Uma ultima lágrima escorre por minha face encharcada.
É tão estranho perceber, nesse frio, quão cristalizantes elas se tornam.
Eu olho pras estrelas.
As únicas, eu sei, que não vão me decepcionar; que não irão mentir e que sempre estarão lá quando eu precisar, eu penso.
E agora, nesse céu coberto por nuvens negras, algumas se escondem, fugindo da violência e urbanização dessa cidade, tão grande; tão suja.
Assim como eu.
Das estrelas no céu, cada uma me lembra alguem, que se foi, que eu perdi. De repente me sinto como a lua, tão só nessa escuridão. Só o que pode fazer é observar a Terra ao longe, e as pessoas, que encantadas, observam assim como ela, as estrelas brilhantes. Só pode sonhar; esperar que um dia possa, ela tambem, passar a ver as estrelas tão lindas, que estão perdidas as suas costas.
De certo modo olhá-las se torna nostalgico, querido.
Como eu queria tê-los ao meu lado novamente, de verdade, daqueeele jeito... e poder aproveitar tudo, desta vez. Simplismente impossivel.
Mas então eu me recordo do porquê de não estarem ao meu lado. Decepções; Erros. Eles parecem com esse estranho brilho que vem das estrelas, que se tornam muito mais brilhantes e maiores conforme estão proximos de nós. Olhando para tras, seu brilho seria os sofrimentos por quais passamos: quão mais próximos de meu presente, mais acentuados me parecem. Dificil esquecê-los.